Antropologia Visual

O mundo das imagens é o mundo dos signos e representações. Na abordagem
Social Decode buscamos “ler” as representações e significados que as pessoas
comunicam para alem da oralidade. E essas representações são, desde os
primórdios da Antropologia, como nas pesquisas de Claude Levi-Strauss entre os
indígenas brasileiros, captados e documentados por imagens em fotografia e
vídeo.
Conforme John Collier, na Antropologia Visual, “a grande capacidade de
penetração da câmera pode nos ajudar a ver mais e de maneira mais acurada” 3
Assim, o uso da captação de imagens nos oferece um recurso na prática da
etnografia que permite aprofundar o olhar no objeto investigado e documentar
aquilo que se enxerga como essência desse objeto.
A câmera atua como uma extensão instrumental dos sentidos, da sensibilidade e
da percepção do pesquisador. Ela permite documentar as representações e
significados observados em campo e amplia o olhar que investigará as imagens a
posteriori. Ao analisar as representações e signos documentados por imagem, o
pesquisador pode encontrar o que Roland Barthes denomina punctum, aquilo
que “salta da imagem” e nos permite enxergar uma narrativa, um fio condutor na
trama da representação que conduz a um entendimento do contexto, do
significado, da representação, do que aquele objeto de estudo nos comunica.
Na Antropologia Visual, utilizamos a imagem como instrumento metodológico de
captura de representação, mas também utilizamos as imagens como visual
report no resultado final do trabalho, assim, ao invés de uma apresentação
construída por palavras, utilizamos a imagem para comunicar os findings,
drivers e resultados finais da pesquisa, o que permite levar até o observador os
sentidos e representações dos resultados de uma forma mais sensorial,
colocando o observador no lugar do olhar do pesquisador.

valeria

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