Empresarial

Antropologia Organizacional Aplicada à Empresa:
 Definindo Valores e Criando Estratégias

O nome é complexo, mas o conceito é simples: Por trás do número da carteira de trabalho de cada colaborador e da tela do computador existe uma pessoa com valores que estruturam sua visão de mundo e determinam seu comportamento. A empresa é formada por pessoas. Não adianta desenvolver uma  um planejamento de cultura organizacional top down – a ser implementada internamente – com princípios, missão e valores sensacionais se você não entende os valores emergentes e princípios de comportamento dos diferentes grupos de colaboradores que compõem esse organismo vivo chamado corporação.

Toda empresa possui uma cultura que define seu modus operandi interno e externo mesmo sem ter um ‘plano explícito de cultura organizacional’,  existe um padrão que se estrutura organicamente tanto pela área de atuação, quanto pelo perfil dos proprietários e líderes, pelo tipo de entrega, pela regionalidade e por fim por todos estes elementos combinados essa cultura cria sua ‘cosmologia’ – tal qual uma pessoa, existe um ‘universo interno’ que se relaciona internamente (como um corpo e seus órgãos) e externamente com o Outro. Essa cultura empresarial é então formada por valores que determinam sua visão de mundo e posicionamento no mercado e junto aos colaboradores e que orienta sua forma de agir com todos os stakeholders – ‘seu comportamento’ - desde o modelo de negócios, a estrutura burocrática, a comunicação corporativa, as regras de ética e conduta chegando até a estruturação física da empresa (imagine a diferença entre a cultura organizacional da Apple no Vale do Silício e a da Toyota no Japão, ou do Grupo Boticário e da Sadia), não dá para adotar um modelo externo ou estratégias em evidência adotadas por outras empresas sem conhecer a fundo a cultura emergente e de perfil comportamental ‘desta empresa’, pois não se cria aderência e gera grandes rupturas com efeitos catastróficos em diversos níveis.

Uma empresa é um organismo vivo, funcional e atuante porque é feita de PESSOAS que a operam e estas pessoas se agregam em grupos com diferentes – valores – e estes grupos formam clusters internos que podem ser definidos por áreas de atuação (marketing, RH, Finanças, comercial, criação, TI), por idade, por interesses de lazer e pelos mais variados interesses em comum tanto em termos do trabalho quanto em termos pessoas e até de objetivos em relação à empresa.

Se uma cultura organizacional forte e consolidada tanto pela área de atuação, país de origem ou tempo de existência que geram ‘hábitos’ resistentes se impõe sem compreender a ‘cultura emergente’ dos diferentes grupos que compõem seu corpo de colaboradores, o choque cultural pode gerar problemas que vão afetar deste a produção cotidiana, passando pela retenção de talentos, pela fluência da comunicação internas, por processos em diferentes dimensões e mesmo o desenvolvimento e implementação de estratégias e consequente produto final – sem falar na relação com o cliente, pois a empresa se relaciona com o consumidor final, mesmo no B2B, por meio de pessoas.